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Etanol americano pode aumentar o desmatamento

Etanol

Segundo um dos maiores especialistas na questão amazônica, a produção de etanol nos Estados Unidos está contribuindo para o desmatamento das florestas tropicais do Brasil.

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O Dr. Daniel Knepstad, do Centro de Pesquisa Woods Hole, alertou que a crescente demanda pela produção de etanol à base de milho está fazendo com que mais milho e menos soja sejam plantados nos Estados Unidos.

O Brasil, maior produtor de soja do mundo, está aproveitando esta oportunidade para expandir o cultivo da soja.

Atualmente, apenas uma fração desse cultivo está espalhada pela floresta amazônica.

O problema é que nas áreas vizinhas do Cerrado brasileiro a atividade agrícola está aumentando, deslocando pequenos agricultores e pecuaristas e desmatando a floresta para dar lugar a pastagens e fazendas.

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Afinal à medida que aumenta a procura de milho para a indústria emergente do etanol.

Menos soja está a ser produzida nos Estados Unidos e os preços da soja estão a subir.

Napstad disse ao mongabay.com numa entrevista que será publicada no site na próxima semana.

“No Brasil, as plantações de cana-de-açúcar estão crescendo no sul e a produção de soja está se deslocando para o norte do país, ameaçando a Amazônia”.

Nos últimos anos, devido à melhoria da infraestrutura na região e ao aumento da demanda por biodiesel (a soja pode ser usada para produzir biodiesel), a produção de soja na Amazônia expandiu-se rapidamente.

Desde 1990, a área de plantio de soja nos estados amazônicos aumentou 14,1% ao ano (crescimento de 16,8% desde 2000) e hoje cobre mais de 8 milhões de hectares.

A soja está rapidamente se tornando a maior causa do desmatamento na região.

A ascensão rápida de Brasil como produtor de soja

Afinal a já mencionada deslocalização de pequenos produtores para áreas florestais está impulsionando projetos de melhoria de infraestrutura – como a pavimentação da rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163) – o que levará a mais desmatamento.

“Afinal as culturas de soja têm um impacto direto no desmatamento”.

Disse o Dr. Philip Fernside, renomado cientista e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).

Mas têm um impacto maior na desflorestação porque ocupam áreas que já foram desmatadas, como savanas e florestas de transição.

Forçando os agricultores e agricultores que utilizam sistemas de corte e queima a penetrar profundamente nas fronteiras da floresta.

O cultivo da soja cria um incentivo económico e político fundamental para o investimento em novas estradas e projectos de infra-estruturas, o que acelera a desflorestação por outros agentes. “

O desenvolvimento por cientistas brasileiros de uma nova variedade de soja que prospera em um clima de floresta tropical levou a um crescimento acima da média na produção de soja nos últimos anos.

Enquanto as empresas agrícolas converteram grandes áreas de floresta tropical e.

Alta demanda

Afinal além da alta demanda por soja no clima de floresta tropical, estão expandindo as fazendas industriais de soja no cerrado.

Afinal as exportações de soja do Brasil deverão crescer de 31% (2004-2005) para quase 60% da produção em 2015-2016.

Entretanto, de acordo com a previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as exportações de soja dos EUA deverão diminuir de 46 por cento em 2004-2005 para menos de 27 por cento em 2015-2016.

Embora se espere que as colheitas e a produção de milho aumentem, a produção de soja diminuirá.

O crescimento da indústria do etanol está aumentando a demanda por milho nos Estados Unidos.

Recentemente, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos relatou uma safra de milho de 12,46 bilhões de alqueires, mas espera-se que o uso nacional de milho pelos diretores de etanol aumente 58% este ano.

Actualmente, a capacidade de produção de etanol na América do Norte é de 6 mil milhões de galões.

Mas o governo espera duplicar esse número até 2010.

Fatos

Fatos sobre o biocombustível (biodiesel) no Brasil O Brasil é o segundo maior produtor e exportador de etanol do mundo, depois dos Estados Unidos.

É também o maior produtor de biocombustível (biodiesel) feito a partir da soja.

O Brasil utiliza etanol de cana-de-açúcar, que é mais eficiente que o etanol de milho produzido nos Estados Unidos.

O etanol da cana-de-açúcar custa US$ 0,28 por litro para ser produzido e o milho custa US$ 0,45 por litro, e um hectare de cana-de-açúcar pode produzir quase o dobro de etanol (7.080 litros) que um hectare de milho (3.750 litros).

No ano Em 2004, as vendas norte-americanas de etanol foram misturadas com gasolina.

Respondendo por apenas 2% do mercado de gasolina, enquanto o mercado brasileiro é baseado em álcool combustível.

Mais de dois milhões de carros no Brasil funcionam com álcool.

Um combustível mais limpo que a cana-de-açúcar, a gasolina ou o enxofre e com menos dióxido de carbono e monóxido de carbono.

Hoje, o etanol cobre 20% do mercado de combustíveis para transporte no Brasil e representa uma opção mais econômica para os motoristas do país.

Porque o custo de produção de US$ 1 por galão é metade do custo da produção de combustível convencional.

Oito em cada dez carros novos vendidos no Brasil são os chamados carros de combustível híbrido.

Podem funcionar com uma mistura de etanol e gasolina ou biodiesel.

Sendo assim no Brasil, a cana-de-açúcar é cultivada em 5% do total de plantações do país e o álcool substituiu 26% da gasolina.

Como medida económica protecionista.

Os Estados Unidos impõem atualmente uma tarifa de 54 cêntimos por galão sobre a maior parte do etanol.

Dificultando as exportações do Brasil para o país.


Fonte de informação: brasil.mongabay.com