“Sério, você quer estudar vaga-lumes agora?
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Sendo assim durante nosso bate-papo online da época sobre o habitat, Silveira me mostrou com entusiasmo os resultados de um estudo que publicou em 2022 com outros sete pesquisadores brasileiros.
(lucyuranus), mas revela muito sobre a diversidade de todo esse grupo de insetos da Mata Atlântica.
“Essa espécie tem oito espécies e nenhuma delas coopera em pequena escala.
Em grande escala, sim, na mesma montanha, por exemplo, mas não ocupam os mesmos lugares ao mesmo tempo, disse.
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Sendo assim cada vaga-lume vive em seu próprio lugar, em um conjunto específico de condições climáticas – como temperatura e umidade.
Muitas espécies possuem fêmeas sem asas, uma característica que limita seus movimentos e as liga ao ambiente específico. Segundo os ecologistas, esses vaga-lumes são especialistas em habitats.
Nem todas as espécies têm esse estilo de vida, mas muitas têm na América do Sul.
Os cientistas listaram até agora cerca de 350 espécies de vaga-lumes no Brasil – número que, segundo Silveira, é extremamente baixo.
“O Brasil tem um habitat incrível e é provável que cada parte dele tenha muitas espécies endêmicas”, disse o pesquisador.
Muitos dos habitat ainda não foram descobertos
Por mais surpreendente que tenha sido ouvir falar deste tesouro escondido, não foi a singularidade destas almas que me levou a essa entrevista.
Queria saber se toda esta especialização e baixa mobilidade os tornava vulneráveis à perda de habitat e aos pesticidas. “Claro”, confirmou Silvira. “
Sendo assim suas larvas vivem no solo e muitas vezes ficam presas em corpos d’água, o que é mais um problema para os pesticidas”.
Estudos mostram que o endemismo e a especialização têm custos elevados.
Essas espécies são altamente vulneráveis às principais ameaças que afetam os incêndios no Brasil e no mundo: perda de habitat, pesticidas e iluminação artificial.
Problemas no Cerrado no seu habitat
Os vaga-lumes são apenas uma família (Lampyridae) de uma lista de besouros bioluminescentes – insetos que podem produzir luz usando a enzima luciferase para oxidar um composto chamado luciferina.
Elaterídeos (Elateridae) e larvas de trem (Phengodidae) são frequentemente vistos à noite em muitos ecossistemas, incluindo o Cerrado.
É aqui que as larvas de uma determinada espécie de inseto, Pyrerinus termitilmines, criam um espetáculo único.
Eles se escondem em grandes cupinzeiros e emitem luz para atrair suas presas, iluminando imagens desses cupinzeiros com manchas verdes brilhantes.
É um fenômeno surpreendente, mas segundo Vadim Viviani, professor da Universidade Federal de São Carlos e especialista em bioluminescência, é uma cena cada vez mais rara.
“Na década de 1990, era possível ver muitos cupins, inclusive nas pastagens”, disse Viviani em comunicado à imprensa.
“Afinal agora, a maioria dos campos foi substituída por monoculturas de cana-de-açúcar, onde esses besouros luminosos não são encontrados em lugar nenhum.
Viviani é autora principal de mais de três décadas de pesquisa, publicada em novembro passado no Annals of the Entomological Society of America, que mostra o declínio dos besouros bioluminescentes no Cerrado.
Os pesquisadores examinaram diferentes biomas do mundo, incluindo o Parque Nacional das Emas, em Goiás, que abrange 100 mil hectares, e as plantações próximas do Cerrado.
Nos últimos 30 anos, os pesquisadores registraram 51 espécies de besouros bioluminescentes nas áreas de estudo.
Quase metade das 24 espécies encontraram-se no Parque Nacional Emaús – o que o torna uma das áreas com mais espécies em investigação, o que não é surpreendente.
Trio terrível
Na década de 1990, as fazendas próximas ao parque apresentavam a mesma diferença.
No ano Entre 1990 e 1996, os cientistas registraram 23 espécies na fazenda Santa Cruz, propriedade então coberta principalmente por cerrado (uma mistura de savana e floresta tropical), algumas pastagens e mata de galeria.
Mas no ano Quando a fazenda mudou seu nome para Bakuri em 2000, “grandes áreas do Cerrado foram desmatadas para agricultura e produção de carvão vegetal”, disse o estudo.
Entre 2010 e 2021, os cientistas registraram apenas oito espécies no local.
Os cientistas também encontraram sinais de declínio nas populações de larvas de larvas na fazenda.
Antes de 1996, registaram uma média de dez insectos de nove espécies diferentes por noite de observação.
No ano Em 2005, só viram cerca de três lagartas numa noite, de duas espécies diferentes.
Depois de 2008, apesar de 12 noites de esforços, os cientistas não encontraram uma única larva ferroviária.
“O declínio desta família em particular é evidente”, disse Viviani.
Mas as mudanças no uso da terra – de pastagens e savanas naturais para soja e cana-de-açúcar – não foram o único problema revelado pela pesquisa de Viviani.
Algo estava faltando
Perto da sede do Parque Nacional Emaús, algo mais estava afetando o número de larvas encontradas.
Nas primeiras décadas de pesquisa, os cientistas conseguiram atrair diversas espécies de larvas ferroviárias, como Euryopa clarinda e Mastinocerus nigricollis, por meio de armadilhas simples instaladas no vizinho Rio Formoso.
Mas poucos foram capturados desde 2010.
Sendo assim pelo facto do habitat ter permanecido intacto e relativamente distante das explorações, resta apenas uma hipótese: as luzes halógenas instaladas em vários locais do parque.
Sendo assim os pesquisadores dizem que esta pode ser a primeira evidência de que a luz noturna artificial (LAN) afeta as larvas adultas, e temem que a descoberta possa anunciar um problema futuro.
Fonte de informação: brasil.mongabay.com